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O futuro da IA no setor financeiro: da expectativa à implementação

O avanço acelerado da Inteligência Artificial (IA) e seu enorme potencial para transformar as principais operações do setor financeiro chamam a atenção de líderes e especialistas

Por Fernando Schmidt, Head de Project Management Office (PMO) da Diebold Nixdorf no Brasil

O avanço acelerado da Inteligência Artificial (IA) e seu enorme potencial para transformar as principais operações do setor financeiro chamam a atenção de líderes e especialistas. Mas mesmo com todo o hype, muitos bancos e cooperativas de crédito se mantêm cautelosos quanto à sua adoção, apesar da expectativa de que a tecnologia será um verdadeiro divisor de águas. Diante desse cenário, é fundamental compreender o verdadeiro impacto da IA no setor, suas promessas e limitações, além das forças que moldam seu desenvolvimento e como ela está sendo implementada atualmente.

A IA pode simplificar operações, reduzir custos e criar jornadas mais eficientes e personalizadas para os clientes. A tecnologia se mostra promissora em áreas como consultoria financeira individualizada, detecção de anomalias em tempo real, prevenção de fraudes e aprimoramento da gestão de riscos, por meio de modelos preditivos precisos. Com o avanço para a Inteligência Artificial Generativa (GenAI) e mais recentemente para a IA agêntica, capaz de executar tarefas de forma autônoma, o setor vê uma nova onda de possibilidades.

No entanto, esse entusiasmo pode resultar em implementações apressadas. Hoje, o setor vive uma preocupação de que a não adoção da IA possa deixar empresas para trás em um cenário hipercompetitivo. Embora essa preocupação seja legítima, pois quem ainda não iniciou projetos de IA já está perdendo terreno, é fundamental evitar adesões impulsivas e sem estratégias concretas para os negócios. A Inteligência Artificial é uma força transformadora, mas o setor financeiro, com tecnologias geralmente desenvolvidas em sistemas legados de adaptação lenta, enfrenta um caminho mais gradual para a integração generalizada do que ocorre com outros setores que já estão usando a IA em larga escala.

Ainda assim, os primeiros passos já estão sendo dados. Em um nível macro, as grandes instituições financeiras já começaram a incorporar a IA em áreas como atendimento ao cliente, conformidade e prevenção de fraudes. Por exemplo, os chatbots e assistentes virtuais orientados por IA já ajudam os clientes com consultas nos caixas eletrônicos, liberando os atendentes para questões mais complexas. No que diz respeito à conformidade, os modelos de IA já analisam com grande sucesso vastos dados de transações para detectar atividades suspeitas, como cédulas fraudulentas e outras falsificações. E ainda há muito por vir.

Para além da empolgação, o sucesso da IA está diretamente ligado à sua base: os dados. A implementação bem-sucedida depende de grandes volumes de informações qualificadas, como históricos de transações, comportamentos de clientes e tendências do mercado, para treinar seus algoritmos. No entanto, embora o setor financeiro seja rico em dados, isso também traz à tona desafios significativos relacionados à privacidade, segurança e uso ético. À medida que as instituições financeiras exploram a IA, torna-se imprescindível equilibrar inovação com responsabilidade, garantindo que o uso da tecnologia esteja alinhado com as demandas regulatórias e as expectativas dos consumidores.

Mesmo que o ritmo de adoção da IA seja paulatino no segmento, o movimento é inevitável e estratégico. Casos bem-sucedidos e tecnologias cada vez mais aprimoradas levarão gradualmente a aplicações mais sustentáveis e impactantes nas instituições. Aquelas que abordarem a IA com uma mentalidade equilibrada, reconhecendo tanto as oportunidades quanto os desafios, estarão mais bem posicionadas para se adaptar.

E tão importante quanto investir em ferramentas e soluções é preparar a força de trabalho para a próxima fase da IA. Não há dúvidas de que a tecnologia continuará revolucionado processos manuais e repetitivos, e quanto mais bem capacitados os funcionários e técnicos estiverem para usar ferramentas de IA, mais à frente eles estarão quando finalmente chegarmos a estágios mais avançados de uso.

Embora possa não revolucionar o setor bancário da noite para o dia, a IA oferece benefícios claros para aqueles dispostos a investir cuidadosamente em seu potencial, seja em ferramentas, pesquisa ou treinamento e educação. As instituições financeiras que equilibrarem o ceticismo com a disposição de inovar poderão aproveitar os verdadeiros recursos da IA, navegando pelas complexidades das finanças modernas orientadas por dados.

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