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Reforma tributária: empresas têm até dezembro para se adequar ao novo modelo fiscal
Primeiro passo é realizar o diagnóstico das necessidades técnicas e fiscais da organização. Para o professor da Trevisan Escola de Negócios, período de transição será desafiador
Embora deva entrar em vigor de forma integral em 2033, o novo modelo de tributação, estabelecido pela Reforma Tributária, começa em 2026, quando se inicia oficialmente o período de transição, que vai até 2032. Para atender ao novo regime fiscal, as empresas têm até o final de dezembro para mudar os seus sistemas internos de gestão financeira e fiscal.
Isso porque a partir do próximo ano será preciso lidar com dois sistemas simultaneamente para calcular, registrar e recolher os tributos atuais — PIS, Cofins, ICMS e ISS —, além de introduzir os novos criados pela reforma: CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e IBS (Imposto sobre Bens e Serviços).
"O período de transição exigirá uma estrutura contábil e tecnológica mais robusta por parte das empresas. E essa apuração híbrida demandará a atuação integrada de diversos departamentos: fiscal e tributário, tecnologia da informação, contabilidade, financeiro, compras e suprimentos, vendas e faturamento, recursos humanos, jurídico e planejamento orçamentário", explica o professor da Trevisan Escola de Negócios, Fabio Oliveira.
De acordo com o especialista, que está coordenando a primeira turma do Programa Avançado da Reforma Tributária no SAP, da Trevisan Escola de Negócios, as empresas que já iniciaram o projeto de adequação no início de 2025 devem estar, agora em julho, finalizando as alterações sistêmicas e iniciando a fase de teste, que deve seguir até setembro.
"A partir de outubro, a recomendação é que seja criado um ambiente de homologação, no qual os usuários possam treinar e se adaptar às mudanças operacionais e fiscais", acrescenta. A virada oficial dos sistemas deve ocorrer em dezembro, para que a empresa opere no novo modelo a partir do primeiro dia de 2026.
Para quem ainda não iniciou as adaptações, o alerta do professor é começar o quanto antes. "O tempo é curto, mas ainda há margem para agir. Será necessário um planejamento robusto, com alocação de um time multidisciplinar e foco total na execução das alterações sistêmicas e processuais exigidas", ressalta.
O professor recomenda que as empresas priorizem fazer o diagnóstico de impacto nos sistemas e processos para, em seguida, realizar as atualizações de ERP (Planejamento dos Recursos das Empresas) e notas fiscais eletrônicas. Depois, será preciso treinar os colaboradores (usuários-chave) e fazer os testes em ambiente de homologação até o fim do ano.
"A reforma tributária é um projeto multidisciplinar que envolve todas as áreas impactadas e exige a criação de um plano estruturado, com recursos dedicados até a conclusão de todas as fases. A primeira etapa de implantação está prevista para 01/01/2026, e, a partir dessa entrega, as demais devem ser planejadas de forma escalonada até a fase final, em 2033. Por isso, é fundamental que as empresas façam um uso adequado dos seus recursos — humanos, tecnológicos e financeiros — ao longo de todo esse ciclo", alerta o professor.
A boa notícia é que são trabalhos que podem ser terceirizados. Para muitas empresas, essa é uma escolha estratégica. Durante a fase de projeto da reforma tributária, o ideal é justamente mesclar o conhecimento interno das operações e dos sistemas da empresa com a experiência de profissionais externos especializados. "Essa combinação permite maior precisão na adequação dos sistemas e garante que as especificidades do negócio sejam respeitadas ao mesmo tempo em que se aplica a nova legislação", finaliza o professor.
Confira os principais desafios trazidos pelas Reforma Tributária:
- Dupla apuração tributária. Os sistemas deverão:
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- calcular os dois regimes tributários simultaneamente;
- gerar relatórios separados para cada conjunto de tributos;
- assegurar consistência entre os dados fiscais e contábeis.
- Atualização das regras fiscais: ERPs (software que automatizam e integram os processos nas empresas) e sistemas legados terão que:
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- incorporar novas alíquotas e regras de crédito tributário;
- adaptar os layouts da nota fiscal eletrônica;
- integrar as novas obrigações acessórias.
- Integração com outras áreas de negócio: a reforma afeta não apenas o departamento fiscal, mas também:
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- compras e vendas (formação de preços e revisão contratual)
- financeiro (gestão de fluxo de caixa e créditos tributários)
- TI (governança de dados e compliance regulatório)
- Risco de inconsistência: sistemas legados, especialmente os fortemente customizados, podem ter dificuldades para suportar essa complexidade, o que aumenta o risco de:
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- erros de cálculo
- retrabalho operacional
- penalidades fiscais por não conformidade
Calendário da reforma O tempo é curto, mas ainda há tempo hábil para se adequar ao novo modelo. Confira as dicas, mês a mês, do professor da Trevisan Escola de Negócios. Julho de 2025: levantamento e planejamento
Agosto a outubro de 2025: ajustes nos Sistemas
Novembro de 2025: validação com usuários-chave
Dezembro de 2025: finalização e capacitação
01/01/2026 – Implantação da primeira fase |
Quem é quem na fase de adaptação As transformações trazidas pela reforma tributária exigirão a capacitação das equipes, um entendimento aprofundado da nova legislação (EC 132/2023 e LC 214/2025), além de treinamentos técnicos sobre os sistemas atualizados em diversas áreas da empresa. Confira os principais setores impactados: Tecnologia da Informação (TI) É o núcleo da transformação digital exigida pela reforma. A TI precisará adaptar os sistemas empresariais, as integrações fiscais e os layouts de documentos eletrônicos para suportar o regime de apuração híbrido (antigos e novos tributos) entre 2026 e 2032. Fiscal e Tributário Esses departamentos são responsáveis por interpretar a nova legislação e assegurar que as regras de apuração, créditos e obrigações acessórias estejam corretamente parametrizadas nos sistemas. Atuam como tradutores da lei para a linguagem sistêmica. Contabilidade Deverá ajustar o plano de contas, realizar a conciliação entre dados contábeis e fiscais considerando dois regimes tributários simultâneos e garantir aderência às novas normas de compliance. Financeiro Será impactado diretamente na gestão do fluxo de caixa, formação de preços, avaliação de margens e administração de créditos tributários, exigindo integração entre os dados fiscais e os modelos financeiros de projeção. Planejamento Orçamentário Terá que prever, já a partir de 2026, custos operacionais relacionados à apuração simultânea de tributos antigos e novos. Também deverá considerar possíveis perdas de incentivos fiscais e alterações no aproveitamento de créditos na construção dos cenários orçamentários. |
Sobre a Trevisan Escola de Negócios
Com uma trajetória de 25 anos marcada pelo pioneirismo, excelência acadêmica e compromisso com a formação de profissionais altamente capacitados, a Trevisan Escola de Negócios é uma das principais instituições de ensino superior do País. Seus cursos de graduação, pós-graduação e de curta duração possuem alunos em todos os estados do Brasil, além do exterior, com uma metodologia exclusiva e 100% digital. Além disso, possui dezenas de clientes corporativos que contratam a Trevisan para capacitar seus profissionais em programas "in company". A instituição é a única escola de negócios do Brasil que teve origem a partir de uma empresa. Diante disso, conta com um corpo docente formado por professores com atuação no mundo dos negócios, além do acadêmico, criando um ambiente de aprendizado alinhado com a realidade empresarial. Essa característica também está presente na Trevisan Editora, criada para lançar publicações que mesclam o embasamento teórico com o mercado profissional.
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